Sou africano do Brasil, sou senegalês Um Savimbi contra o império português Já fui o mar, já fui a vela, fui a lei E sou tantos ai-ai-ai quantos nem sei Já fui escravo e já fui rei Fui Camões, Vasco da Gama, fui vocês Que muito além de Portugal, uma certa vez Em mar, em terra, em sonho e em ilusão Achava que o mundo era um pequeno grão Que cabia na minha mão Mas o mundo era grande, era grande e demais Não era do rei nem de Cabral Nem a África, as velas e os cascos das caravelas de Portugal, Eu pensei que o mundo era só de amigos Tão somente de amigos e nada mais Não era do Ocidente nem do Oriente O mundo éramos todos nós