Pessoas nas ruas jogadas no chão Mães pedindo esmola Tem gente na encosta Palafitas: moradas sobre as águas Quando o mar pegar tudo que o homem aterrou A natureza vai pegar tudo de volta Tudo que é dela Vai pegar Medo nas ruas reféns do terror Justiça desigual Paz sem justiça é ser conivente E o grande absurdo é o caos A todo lado ao meu redor Atrás das grades Trancados em seu conforto Em seus belos aposentos Reféns do caos querendo a paz Que nunca será, que nunca será assim Estratégia política perpetuando a pobreza Manobra política do pobre coitado do trabalhador Um dia de cada vez sob a telha de zinco Chão de terra batida, chão de terra batida Já basta a agonia de um dia de cada vez Um dia de cada vez