Nas gaiolas desta vida Da justiça e da dor Uma guarda um inocente Outra prende um pecador Com o céu por entre os ferros Porta para o corredor Na gaiola de concreto Vive o homem infrator Na gaiola mais doída Habita um sofredor Preso pela dor da alma Ou, então, por ser cantor Quem tem asas pra viver Ganha o céu, por onde for Que se abram as gaiolas Da injustiça e da dor! Se o pássaro está preso Condenado por cantar Também tenho as gaiolas Que me impedem de voar A gaiola da saudade Abre as portas da prisão Quando a dor de uma ausência Me encarcera à solidão É, talvez, a dor maior Na sentença da paixão Que condena o sentimento E engaiola o coração