Seu Bernardo sapateiro Foi um homem interessante Um famoso partideiro Que morava lá em Cavalcanti Sempre com seu terno branco Chapéu de palinha muito bem trajado Bom no verso de improviso Um malandro respeitado Quem mandou iáiá Quem mandou me querer bem Era assim que ele cantava Lá na casa da Dona Neném Todo pagode que tinha Reunindo os partideiros Lá no morro da serrinha Terra de Antônio Fuleiro Seu Bernardo improvisava Do princípio até o fim Um refrão que ele gostava E que começava assim Oh, lá lá bala de ouro Sapatinho de cetim Quem não tem sapato branco Não passeia no jardim Oh, lá lá bala de ouro Sapatinho de cetim Vocês vão fazendo o coro E deixa o refrão pra mim Quem mandou iáiá Quem mandou me querer bem Era assim que ele cantava Lá na casa da Dona Neném O terreiro da Ciata Seu Bernardo frequentou Juro que não é cascada Aniceto foi quem me contou Papagaio linguarudo e vizinha faladeira Ele percorria tudo da Central à Madureira Quem mandou iáiá Quem mandou me querer bem Era assim que ele cantava Lá na casa da Dona Neném