Ouço ao longe uma sinfonia De moto-serras rangendo Num espetáculo de agonia Que o maestro homem vai regendo Rangendo, regendo, rangendo Na mais famosa galeria Quadros de natureza morta Retrato cruel dos nossos dias E quase ninguém se importa Em modernos cinemas Imagens em três dimensões Um confuso jogo de cenas Desviando as atenções Mas aqui nos bastidores Um realidade nos consome É a natureza com fortes dores Causadas pelas mãos do homem A indústria, o automóvel, a fumaça, o lixo O agrotóxico, os gazes mercúrio e o chumbo A morte dos rios, das plantas, dos bichos A camada de ozônio esquentando o mundo Eu sei muito bem Você sabe muito bem Olhos que fingem não ver São culpados também