Cheguei ao portão do desamparo
Esperando nesta terra sangrenta em véus de desalento
Eu choro nos ventos, e a lembrança vai morar
Como ainda as feridas são profundas
Abandonado e deixado sozinho, amaldiçoado e sacrificado
Conduzido pelo seu orgulho vou esperar
Além das portas, para uma luz além das portas
Em um momento congelado, mas solitário

Sua beleza e minha necessidade
Seu aspecto e meu silêncio
Sua imagem e meu medo
Seu aspecto, por uma última vez
Sua imagem por uma última vez
Sentindo seus beijos nas minhas bochechas silenciosas apenas uma vez
Tocando suas flores apenas uma vez
Cortando seu fluxo apenas uma vez conversando com você

A tempestade das estações destruindo-me
E minhas folhas caem no chão
E eu aprecio minhas feridas enquanto alimento
Com meu sangue a mãe terra? Eu vou cair de joelhos

Nas sombras eu continuarei sem ser visto
Minha miséria para a mãe-terra e na solidão
Eu vou morrer insignificante e inconsciente neste inverno
Em um mundo em que só eu vivo
Onde a vida não vale a pena ser vivida

À porta eu chamo por você
Então eu continuo oculto nas sombras com medo
A hera crescerá com meu corpo
Isso me prende aos seus laços a hera do medo
Eu odeio desprezo humanidade e eu amo

E vou esperar no portão enquanto as folhas cairão
Para ver a luz enquanto as folhas cairão
Que dançamos nos jardins do céu como as folhas
Sobre a montanha e ao longo do rio como folhas
Um outro mundo sem perigo como as folhas

Folhas caídas