Grande curral / Cerca de carandá / águas profundas Cheiro de lodo / pedaço de chão / terra molhada * É o boi que passa / que berra, que muge Que nasce que cresce / que vive que morre Que puxa carreta / move o engenho Faz da garapa / sair o melado É vaca tucura / é o boi pantaneiro Eta! boizinho safado Pintado e encantado Em telas e versos Amarrado no tronco Horizonte perdido Grande curral / Cerca de carandá / águas profundas Cheiro de lodo / pedaço de chão / terra molhada Um rebanho assustado / Olhando de lado Bate no chão / levanta poeira Desfazendo o cheiro / sangue vermelho Do boi que morrera / tem couro no sol Sanfona e viola / a cama vazia O peão que grita / boiada que passa É o berrante tocando / é o boi que caminha Nesta terra molhada