A palavra pesa muito, quase uma tropa de bois Depende onde a estrada leva, não dá pra voltar depois Ganha rumo, vai por conta, por ser palavra tem asas Depois que se solta ao vento, nunca mais volta pras casa A palavra é fio de faca, só se esprimenta no dedo Se corta, corta a si mesmo, feito quem conta um segredo Quando corta, tem sentido, corta a carne e vai além Por ser palavra de aço, não sabe do fio que tem Cuido a palavra afiada, ainda mais quando é minha Se eu não sei onde usá-la, fica a feição da bainha A palavra que se esconde, guarda um silêncio que paira Mas ganha um rumo certeiro, se alguém lhe passa na chaira Eu sei que a palavra corta, onde o silêncio impera Mas também sei que o silêncio, deixa a palavra na espera Pois existe um sentimento, que o coração sabe bem Que com palavras afiadas, se mata ou se fere alguém Toda palavra se afia, na pedra onde se sustenta Porque a verdade não vive, do mesmo fio que lhe senta Mas mesmo assim dá um talho, se alguém por nada experimenta E fica mais afiada, na história de quem lhe inventa Cuido a palavra afiada, ainda mais quando é minha Se eu não sei onde usá-la, fica a feição da bainha A palavra que se esconde, guarda um silêncio que paira Mas ganha um rumo certeiro, se alguém lhe passa na chaira A palavra que se esconde, guarda um silêncio que paira Mas ganha um rumo certeiro, se alguém lhe passa na chaira