O fundo falso no baú do fim do mundo engole sonhos moribundos E regurgita decepção Regurgita decepção Mas a porta tava aberta E eu tenho os meus dois pés no chão O arcaico ato de pensar em algum futuro só nos antecede o murro Que a realidade tem na mão A realidade tem na mão Mas a porta tava aberta E eu tenho os meus dois pés no chão Olho de relance os destroços Contemplo o poço com os ossos de quem desistiu Olho meu passado sem remorso e meu futuro ninguém viu Com a desesperança confiante de quem implora pela vida E o desespero agonizante de quem tem os olhos vazados Quase torturei minh'alma Quase resolvi ficar Mas a porta tava aberta E eu tive chance de escapar