Próxima parada
Uma estação desativada
Só o vento ocupa o espaço dessa solidão
Uma lembrança amargurada
Aqui tudo é passado
Um cenário apagado por desolação
Não há mais chegadas
Nem sequer as lágrimas
Dos que só choravam de emoção
Depois de tantas idas
E lágrimas sem vida
Resta o pranto em silêncio desta estação
Não há mais movimento
Só meus passos lentos por esses corredores
Num canto algumas flores
Castigadas pela falta de carinho
Nem sequer um passarinho
Do seu ninho entoando uma canção
Todos emigraram com o fim da estação
Assim a nossa vida se tornou
Saiu dos trilhos no desvio que tomou
O descarrilho foi consequência
Das pequenas corrosões
Os dormentes eram nossos corações
Próxima parada
Que estação será?
Sou dominado pelo medo de não ter onde ficar
Sigo essa viagem no tempo
Tentando me reestruturar
Quem sabe numa dessas estações
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