Juízo, fim do mundo A criação já decaída Liderando o ranking das ações mal resolvidas Enquanto morre um nascem dois iguais Daqui se escuta ao fundo De algum lugar os sons do absurdo Imploram muito atoa, mais escutam muito poucos E os céus estremecem Juízo final Percepção de tudo errado à volta É mais do que enxergam poucos Breve instante de razão Grande noção e tudo Grande visão de mundo Olhar que vê que são todos iguais Mentem, sentem, dizem nada do que são capazes E os céus estremecem Juízo final Anjos de carne passeiam em carros Lotados de preces ao lado Felizes, achando que é tudo e está perdoado Mãos, pés, joelhos que dobram Pedidos que são suplicados Desejam o que não conseguem viver * A vós pregados pés por não deixar-me A vós sangue vertido para ungir-me A vós cabeça baixa por chamar-me A vós lado patente quero unir-me Que para receber-me estás aberto E por não condenar-me estás fechado Para perdoar-me estás disperto E por não castigar-me estás cravado * Trecho extraído do poema Buscando a Cristo de Gregório de Matos