Os teus olhos são vitrais Que mudam de cor com o céu E quando sorriem, iguais E quando sorriem, iguais Quem muda de cor sou eu Tomara teus olhos vissem O amor que tenho por ti Nem o entardecer me acalma Nem o entardecer me acalma Na ânsia de te ter aqui E o teu perfume, o incenso Os ecos de uma oração Misturam-se num esboço imenso Afogam-se na solidão Fui para um templo de pedra Escolhi um recanto isolado Que me faça esquecer tua voz Esquecer-me da tua voz Que me faça acordar do passado Escondida em sítio sagrado E não me apetece o perdão Devo estar enfeitiçada Náufrago do coração E o teu perfume, o incenso Os ecos de uma oração Misturam-se num esboço imenso Afogam-se na solidão Não sei se perdoo o meu fado Não sei se consigo enfim Um dia esquecer que teus olhos Sorriem, mas não para mim