Desculpa, pessoal, minha vovó me ligou, eu, eu já volto, alô?

Sempre estava mais quente que a gordura que ela usava para fritar aquele frango
Cheirava a Marlboro Reds e toda a manteiga dos seus biscoitos
E aquele Lincoln na garagem, por volta de 1982
Estava do lado brilhante do enferrujado e do lado mais pálido do azul
Xingar e reclamar não eram permitidos na casa da vovó

Se cada criado-mudo tivesse uma Bíblia, cada varanda tivesse um balanço
Se cada quintal tivesse uma horta, cada porta da frente tivesse uma tela
Bem, talvez esse mundo louco se endireitasse e desacelerasse
Se cada cidade tivesse uma casa da vovó

Ela perguntaria se eu estava com fome a cada trinta segundos
E diria coisas como inferno, maldição e eu acho
É onde eu passei meus verões e ela me colocava para trabalhar
Descascando ervilhas e debulhando milho até meus dedos doerem
Não dá pra saber quem eu seria sem a casa da vovó

Se cada criado-mudo tivesse uma Bíblia, cada varanda tivesse um balanço
Se cada quintal tivesse uma horta, cada porta da frente tivesse uma tela
Sim, talvez esse mundo louco se endireitasse e desacelerasse
Se cada cidade tivesse uma casa da vovó

Sim, e se tivessem, quando eu batesse o ponto do trabalho
Hoje à noite, eu sei exatamente onde estaria
Eu entraria e receberia um abraço bem apertado
E um copo de chá ainda maior

Se cada criado-mudo tivesse uma Bíblia, cada varanda tivesse um balanço
Se cada quintal tivesse uma horta, cada porta da frente tivesse uma tela
Sim, talvez esse mundo louco se endireitasse e desacelerasse
Se cada cidade tivesse uma casa da vovó
Sim, talvez esse mundo louco se endireitasse e desacelerasse
Se cada cidade tivesse uma casa da vovó