Outra hora, outra reflexão
Eu assisto pelo espelho
No qual meu sangue está pingando
Projeções do meu fundo de vida
O outro eu está caindo em lágrimas
Enquanto o olhar está escurecendo

Às vezes eu não suporto essa dor
Um pesadelo vivo, cheio de sofrimentos
Então eu pego rapidamente uma lâmina de barbear
E corto minha pele para libertar esse desconforto

Enquanto eu caio no porão das memórias
Entre corpos sangrentos e podres
Eu sinto que não há escapatória
Olhos sombrios mortos-vivos estão me olhando com prazer

Você é uma coisa viva de merda
Você não é nada e deveria estar em nosso lugar
Suas vozes estão me atormentando
Palavras rudes de entidades esquecidas escondidas nas trevas

Eu tento escalar essa montanha de cadáveres
Mas minhas unhas quebram e o sangue me faz deslizar
Eu caio do alto
E quebro meus ossos no chão sombrio
Eles rastejam em minha direção
E começam a devorar meu corpo

Eu acordo no mundo real
Olhando ao meu redor
Eu sinto que meu sangue ainda está fluindo
Em um último suspiro, deixo seu mundo de merda