Viajo sempre Entre os povoados Percorro estradas Mundão de meus Deus Vejo de tudo Sertões e cidades Nessas andanças E sonhos meus Vi muita coisa Nas longas viagens E vi matanças e danças E guerras Caminhos cegos Desertos, miragens Miséria e seca Que o horizonte encerra Mas lá no fundo Meu cantar sestroso Em nossa luta Que tem sido inglória Tenta lançar um olhar esperançoso Mudar a vida É replantar história E vi famílias Em beiras de estradas E vi meninas Cedendo aos afagos Morrendo a míngua Em sonhos, mais nada Sem ter abrigo Entre pagas e pagos Tanta tristeza Não cabe em meu peito E vejo a vida Em formas tantas Transborda em pranto Meu cantar sem jeito Que este violeiro Já nem mais se espanta