Tanta ovelha no redil Mas em mim sinto um vazio Aqui tem noventa e nove Eu te digo o que é que houve Uma ovelha sumiu Foi roubada ou fugiu? Fora do meu aprisco Ela está correndo risco No meio do meu rebanho De nenhuma eu desdenho Todas são tão importantes Mesmo as mancas e doentes Eu as curo com cuidado As dispersas, meu cajado Traz sempre para perto Meu amor é imenso e certo Minha ovelha perdida Onde andará escondida? Será que encontrou comida? Será que ainda tem vida? São tantos os maus pastores São tantos os predadores Que querem sua lã e couro Mas ela é meu tesouro! Ela é dócil, e indefesa No campo tem lobo e raposa Vida aqui é perigosa Ela é mansa e amorosa Não quero que ela pereça Quero que ela apareça Por isso eu irei buscá-la Com insistência vou chamá-la Reconhecerá minha voz? Ela é do meu rebanho Não seguirá o estranho Virá correndo veloz! Indo por desfiladeiros Abismos, despenhadeiros Meu andar, acelerado Meu ouvido era aguçado Quando ouvi o seu balido Foi música ao meu ouvido Estava cansada e com medo Mas corri logo ao seu lado Peguei-a em meus braços Coloquei-a sobre os ombros Aliviei seus cansaços Sosseguei-a dos assombros A levei pra minha casa Reuni vizinho, amigo Preparei a minha mesa E a todos logo digo Vamos celebrar a festa Minha ovelha era perdida Voltou ao rebanho com vida Não há outra igual a esta!