Vem, meu coração, aprenda: Se chegar o amor, se renda; Mesmo que lhe cause uma fenda, Uma ferida profunda, Uma dor que não finda, Um furo que não se emenda. Vai, meu coração, se entregue. Com olhos cheios d'água, regue; Mesmo que o sol te cegue, E que o outro só negue, E o bem com mal se pague, E teu vigor se apague. Vai, meu coração, propague O amor por toda estrada e senda; Deve apaziguar a contenda E habitar em tua tenda, O amor não pode estar à venda. Nem se trocar por fazenda. O amor é todo Graça. O amor envolve, abraça, E não há medo ou ameaça Que o vença ou o desfaça. E assim, se dando, se enlaça Àquele que ama e não passa.