O rei dos medos e persas, Dario Sobre seu reino constituiu Cento e vinte príncipes E sobre estes Três presidentes Daniel era um deles Mas era o mais excelente Dario queria colocá-lo Acima dos demais Isso gerou um abalo No coração dos outros tais Ficaram com inveja! Sentimento ruim, que caleja Queriam achar nele culpa Como nada achavam Procuravam alguma desculpa Para ver se seu nome manchavam E então tiveram uma ideia Armaram uma teia Ele respeitava mais A Deus que a Dario E pensaram num plano vil Criaram uma lei E pediram confirmação A lei assinada Não poderia ser cancelada (Assim era o costume Daquela grande nação) Durante trinta dias Ninguém poderia pedir coisa alguma A outra pessoa que não o rei Dario Veja só, que dilema! Se fizesse, iria parar num covil A cova dos leões esfomeados Famintos, irados! O rei assinou a lei, e a proibição E de Daniel, qual foi a reação? Entrou no seu quarto, e fez oração Como era seu costume, sua janela abria Na direção de Jerusalém E três vezes ao dia De joelhos, pedia e agradecia também Então aqueles homens Com desprezos e desdéns Foram ao rei e o lembraram Da lei que assinou E assim, quem sabe, assassinou Daniel, pois tudo lhe contaram O rei ficou triste, pois o amava E trabalhou pra ver se o livrava Mas lembraram-no Que a lei não se cancelava Então mandou trazer Daniel E disse: Tu serves ao Deus do céu Continuamente Ele te livrará, certamente E o jogou no covil Com uma pedra o fecharam E selaram com anel Afirmando que concordaram E não mudariam a decisão Era irreversível Mesmo o rei achando horrível Então o rei foi pro palácio Passou a noite em jejum Dormir não era fácil Não quis ouvir instrumento algum Pela manhã, ao nascer do dia Foi correndo à cova Cheio de melancolia E gritou: Daniel Servo do Deus do céu Será que este Deus vivo A quem seu coração está cativo A quem fazes tantas orações Não te põe livre da boca dos leões? Então ouviu Daniel dizer O rei vive para sempre! Meu Deus o bem cumpre Os leões não puderam dano fazer Pois Ele enviou um anjo na toca E das feras fechou a boca Porque viu que sou inocente Então comigo foi clemente! O rei muito se alegrou Mandou tirar Daniel da cova Nenhum dano neste se achou Porque sua fé em Deus se aprova E o rei mandou chamar os acusadores Que foram jogados no fosso E logo os leões lhes causaram dores Não sobrou nem um só osso Então o rei Dario Reconheceu, de Deus, o senhorio E lançou decreto novo Que em todo o seu reino, o povo Trema e tema ao Deus de Daniel Que salva, livra, e é fiel O seu reinado é eterno Maravilhoso e terno Então Daniel prosperou Enquanto Dario reinou No reinado de Ciro, o persa O seu bem continuou