Eram três casa e um rio que subia Invadindo março e abril, escorria Inundando o real de fantasia E a vida, essa ilusão, de poesia Não cabia, alagarva Igualzinho às paixões Eram três casas e um rio que inchava E o menino e o rio alí, se espiando O olho de Alfredo no rio passando Alagando, espalhando Nuvens de pássaro no céu Boiando a lua no breu Contemplando ao léu a dor e o prazer A história, enfim, de quem sonha alí E assim.. Eram três casas e um rio, o carbono Das riquezas, donos e abandonos Danos, fugas, perdas e ganhos Solidão, paixão, igual todo mundo Ou mais fundo, mais profundo Longe dos arranha-céus Cheio de amargo e de mel Chama de algum pavio que morre e baixa o rio Que vai, assim, renascer no estio Num sem fim. x2