Tony era um jovem
Dizem que era um roqueiro
Cabelo no ombro
Blusa preta
Cueca de maloqueiro
Tal qual a onça-pintada, que muitos defendem
Mas ninguém quer ter em casa, né?
As coleguinhas, tupiniquins rapariguinhas
Escutavam pagode, funk e sertanejo
E nele nutriam um desejo bovino de sassaricar
Mas nelas o velho desprezo feminino assim se fez manifestar
Sai pra lá
Com esse teu papo palheteiro
Que aqui eu já falei
Eu não discuto com roqueiro
Sai pra lá
Com esse teu papo palheteiro
Que aqui eu já falei
Eu não discuto com roqueiro
Dizem que o quiabo é o pai do nhoque
Que não sábio, nem bobo
Como velho astuto lobo
Se apresentou como solução ao jovem de pau na mão
Para a sua carência bovina curar
Vai e sê famoso
Que o mundo te verá garboso
E a ti grande atenção devotará
E em uma viagem à América
Tony comprou uma guitarra elétrica e voltando a Brasília
Uma banda foi formar
Onde colocou seu solipsismo de ensino médio
In my head, in my mind
Seguindo dos subjetivismos mais irrelevantes
O tédio, de afetos tão infantis
Que buscou no mundo validar
Culpou o Brasil
A falta de cultura
Chorou nas redes a desvalorização do músico
E por o seu insucesso acústico
Por outra carreira foi a busca
Hoje é careca e dentista
Frequenta clube de motociclista
E comemora o 13 de julho tomando IPA
Que inglês quer dizer
A minha Cipa
Mas não deixou de transmitir o legado de sua miséria
Nomeou Axl a sua prole deletéria
Mais uma criança roqueira
Pra celebrar festinha
Com bolinho em forma de caveira
Ladrilho do caminho