Um vento forte chegou, e derrubou o varal As roupas limpas no chão, estão espalhadas por todo o quintal Um vendaval furioso, foi levantando poeira Sujando lindo jardim com entulhos da grande incerteza Pétalas brancas manchadas no altar da casa mamãe Iemanjá Reza rei Ogum das águas pedindo a Oxum que venha limpar E veio um raio de sol, em meio a uma brisa suave Precipitou no quintal, a chuva lavando a casa Curando as mágoas da rosa, regando a face da flor Fez renascer no altar a pureza de um profundo amor Tudo no mundo tem cura rogando as alturas, pedindo perdão Dores anseios e mágoas entregues às águas da redenção Dançando as doze luas, minguante nova e crescente Findando na lua cheia três ciclos em água corrente Viva a sagrada família, Jesus Maria e José Salve a trindade das flores, pilares do amor e da fé Gotas de água doridas lavando as feridas do coração Lágrimas de mãe Maria curando agonia com a união Quando o jagube e a rainha, assim como o sol e a lua O homem e a mulher dançam nas águas da chuva Faz florescer um tesouro, o ouro e do fogo em brasa Queimando entre o casal num brilho de estrelas douradas Branco para o casamento os dias felizes que estão no porvir Rezo dos sonhos sagrado dos namorados do amor sem fim Vejo um varal restaurado, ciranda de roupas limpas Girando em torno do sol, colorindo o retrato da vida Olho na casa o quintal, miro na casa o jardim A rosa branca no altar, eu rezo um final feliz