Não deixe o samba morrer Não deixe o samba acabar O morro foi feito de samba De samba pra gente sambar Quando eu não puder Pisar mais na avenida Quando as minhas pernas Não puderem aguentar Levar meu corpo Junto com meu samba O meu anel de bamba Entrego a quem mereça usar Eu vou ficar No meio do povo espiando A Mangueira perdendo ou ganhando Mais um carnaval Antes de me despedir Deixo ao sambista mais novo O meu pedido final Antes de me despedir Deixo ao sambista mais novo O meu pedido final Não deixe o samba morrer Não deixe o samba acabar O morro foi feito de samba De Samba, pra gente sambar Falaram que meu companheiro Meu amigo surdo Parece absurdo Apanha por tudo Ninguém canta samba sem ele apanhar Não viram que seu companheiro Amigo Pandeiro Também tira coco do mesmo coqueiro E apanha sorrindo pro povo cantar Pandeiro, não é absurdo mas é o meu nome Não me chamo surdo mas aguento fome Pandeiro não come mas pode apanhar Ao povo que vive Na força do som brasileiro Não é só o surdo Nem só o pandeiro Tem uma família sambando legal Você, cantando, tocando e batendo na gente Passando por tudo tão indiferente Não conhece a dor de um instrumental Batuqueiro, ê batuqueiro Cantando o samba pode bater no pandeiro Batuqueiro, ê batuqueiro