Venho do oco da história Que foi escrita a trompadas A grito e ponta de lança E entrechoque de espadas Até perece que escuto Estampidos de garruchas E imagino aquela indiada Moldando a pátria gaúcha Chego a sonhar acordado Que ando junto peliando Num atropelo de patas Tropa à cavalo avançando Por isso que esta vanera É mais que amor pela terra Quando se abaguala inteira Com tons de um hino de guerra O meu verso é galponeiro Não necessita vaidade O meu canto é dos mais xucros Mas não esconde a verdade Porque o meu patrimônio Embora pareça pouco É muito, quando se espicha Uma gaita de oito soco Sempre de garrão trancado Feito quem escora um pealo Com o laço junto a cintura E as mãos judiadas de calos Forcejo pelo tirão Que um dia nossos avós Num costilhar de mangueira Golpearam e ficou pra nós No meu destino de andejo Eu sigo o rastro dos outros Que andaram pelos fiadores E redemoniando potros E junto as rodas de mate Aprendi de tempo e vida Com palavras de valor Ditas por mestres da lida