Os cabelos estão totalmente ocultos Pelo capuz negro que revela apenas Uma pequena parte da face de pele muito branca E ela avança pela escura ruela Banhada por uma contínua e espessa chuva Que traz a promessa de não se esgotar As águas que caem do céu Encontram o chão de pedras, E quando unidas ao sopro drástico do vento, Compõem um misterioso som Que se apodera do vazio noturno A tormenta obriga a pressa dos passos Talvez não haja mais tempo para dissuadi-lo! Passos decididos vencem a travessia da ponte E investem cansados contra o alto A força supera a pressa e no frágil corpo Transparece toda a angústia e o desespero Incontáveis passos firmes Serão ainda precisos Sobre o solo enlamaçado Que conduz ao topo Estará ele ainda lá? Surgindo pleno de glória da margem do precipício, Um homem abre os braços prontos a agarrar-se no mundo E, tal como um corajoso pássaro, Desafia a grande chuva E as alturas, Em nome da liberdade Estará ele ainda lá? Ao cessar das forças A natureza se encarrega de orquestrar O ato final Estará ele ainda lá?