Maria, certo dia viu passando Da janela da favela A quem sempre esperou E jura, é figura de um sonho Mas um sonho cor de rosa Como pode um pobre ter Maria, na inocência da idade Pede ajuda à vaidade Vai seu corpo enfeitar Sem ver que entre ela e o ser amado Há um poço já cavado A riqueza que ele tem Maria, desperta deste sonho E vê, pobreza não se enfeita É feita assim só da verdade e realidade Onde o sonho é morrer Maria, não corras para o mundo O pobre, pro rico é vagabundo E vê, na pressa, o teu sonho bem depressa Transformou-se numa dor E dizem, hoje em dia na favela Que a Maria da janela Faz sinal a quem passar Se sofre, faz prazer do sofrimento Vive tudo num momento Um momento que perdeu Maria, não corras para o mundo O pobre, pro rico é vagabundo