Tem coisa mais linda do que duas vozes em perfeita harmonia? E quando timbres bem afinadinhos interpretam as letras sertanejas com sentimento? Aí não tem coração que aguente, certo? Pois, neste artigo, você vai conhecer os melhores primeira voz do Brasil!

Antes de tudo, vamos deixar claro que, em uma dupla sertaneja, ninguém é mais importante que ninguém. Assim, cada voz exerce seu papel, e ambas são fundamentais e complementares para o todo.

A música sertaneja é repleta de tenores – classificação vocal das mais agudas entre as masculinas. Portanto, o segredo desses gogós de ouro é cuidar bastante do principal instrumento de trabalho, ou seja, a voz.

Por isso, os cantores precisam, acima de tudo, desenvolver técnicas vocais e cuidados constantes no dia a dia.

Qual a melhor primeira voz do Brasil?

Nesse sentido, elencamos aqui alguns dos melhores primeira voz do Brasil. Confira:

• Barrerito
• Ralf
• Xororó
• Edson
• Zezé Di Camargo
• Daniel
• Bruno

Bora conhecer mais sobre cada um deles?

1. Barrerito

Conhecido como “o cantor das andorinhas”, Élcio Neves Borges, o Barrerito, cantava com a alma e com grande maestria. Nesse sentido, ele era extraclasse pois tinha um alcance de notas acima da média.

Outro ponto é que conseguia fazer a primeira e a segunda voz na mesma música, entre outras estripulias vocais certeiras. Além disso, era o único artista que gravava um disco inteiro em 24 horas, o que deixava os técnicos das gravadoras de boca aberta.

“O Andorinha” deslanchou no Trio Parada Dura na década de 1970. No entanto, pode-se dizer que ele superou o sucesso do grupo quando partiu para a carreira solo, a partir de 1987.

2. Ralf

Considerada a dupla mais afinada da música sertaneja, sobretudo entre os anos 80 e 90, Chrystian & Ralf tinham um estilo marcante, com excelente técnica vocal.

Ralf, irmão mais novo, foi um prodígio. Começou a carreira aos 9 anos, tornando-se o vocalista profissional mais jovem do Brasil. Aliás, sabia cantar em inglês e em português.

Nesse sentido, inovou o sertanejo ao incorporar elementos do country rock cantado em um timbre bem diferente do habitual.

3. Xororó

Fato é que cantar aquele icônico “galopeeeeeeiiiiraaaaa” sem desafinar exige muito domínio de técnicas vocais. Ou seja, trechos como esse pedem afinação e condicionamento. Em outras palavras, não são pra qualquer um e desafiam até os profissionais do canto.

Dessa forma, os agudos de Xororó estão entre os mais inspiradores do Brasil. O legado vocal que ele construiu em mais de 50 anos de carreira, sem dúvida, é marcado pela saúde e pelos cuidados com a voz aplicados pelo cantor.

Assim como muitos sertanejos, Xororó é um tenor de timbre limpo e muito agudo. Ele se mistura em harmonia decisiva com os agudos médios do irmão e segunda voz Chitãozinho. 

4. Edson

Temos aqui mais um exemplo de cantor que, em décadas de carreira, nunca baixou um mísero tom. Edson e Hudson estouraram de vez nas paradas em 2002, com o quarto álbum da dupla, Acústico Ao Vivo. O disco contém vários hits, como Azul e Te Quero Pra Mim.

Afinadíssimo, Edson se destaca pela qualidade dos agudos, da mesma forma que Xororó. As técnicas utilizadas por ele focam em uma boa abertura de mandíbula. Como resultado, ele obtém bastante clareza vocal.

Além disso, o cantor ostenta uma voz equilibrada e faz muito bom uso dos vibratos. Ademais, outro detalhe é a potência vocal marcante, que garante ótima projeção da voz.

5. Zezé Di Camargo

É impossível enumerar os melhores primeira voz do Brasil sem citar Zezé Di Camargo! Em questão de estilo, um de seus diferenciais foi, por exemplo, fazer os finais de frases mais sussurrados.

No entanto, Zezé pagou um preço por alcançar tons muito altos – o que certamente demanda um esforço físico grande para cantar. Nesse sentido, ele sofreu um problema nas cordas vocais envolvendo o rompimento de um cisto.

Por conta disso, o cantor precisou baixar o tom de várias músicas nas apresentações ao vivo.

Porém, nos anos 2000, Zezé Di Camargo passou a cuidar da voz especialmente e, consequentemente, melhorar a potência vocal. Dessa forma, já consegue cantar nos tons originais sem forçar tanto.

6. Daniel

Na contramão da tendência dos anos 80, em que o sertanejo ostentava ao máximo os agudos, Daniel encantava com os graves.

Na verdade, bem no início da carreira, ele se aventurou pelos agudos. Porém, encontrou rápido seu conforto vocal e tornou-se exemplo de equilíbrio entre agudos, médios e graves.

No entanto, ao entrar em carreira solo, após a morte trágica do seu segunda voz, o genial João Paulo, Daniel reduziu de vez os agudos e consolidou aquela voz de galã sertanejo.

Um fato curioso na trajetória de Daniel ocorreu em 1994, quando descobriu que nasceu com uma corda vocal torta. Dessa forma, em teoria, não poderia ser cantor. “Mas, como assim?”

A resposta para o mistério é que ele tem uma audição tão boa que consegue colocar a voz afinada, mesmo sem a anatomia ideal pra isso. Como resultado, a partir dali ele investiu ainda mais em técnicas para conservar a saúde da voz.

7. Bruno

Bruno, da dupla com Marrone, tem uma das mais admiradas primeira voz do sertanejo.

O principal motivo é que ele tem um timbre que permite alternar interpretações que dão movimento às melodias das músicas. Consequentemente, consegue adicionar dinâmica às canções, variando entre trechos “agressivos” e “mansos”.

Além disso, tem uma potência vocal absurda. Dessa forma, Bruno canta com a voz natural, semelhante à falada. Assim, não precisa forçar e também não prejudica a saúde e a qualidade vocal.

Neste artigo, você aprendeu que, para liderar os vocais de uma dupla sertaneja, não adianta só ficar gritando nos agudos e espremer os graves. É preciso, também, aprender técnicas que vão melhorar a qualidade do canto, bem como seu conforto vocal.

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