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Conheça 7 afinações alternativas para violão e guitarra

É possível afinar um instrumento musical sem seguir o padrão convencional. Confira algumas afinações alternativas para violão ou até mesmo guitarra!

Confira tudo o que você precisa saber sobre as afinações alternativas neste guia completíssimo!

Músico afinando violão
Explorar novas possibilidades sonoras é transformador para a música (Foto: Pexels)

Você já reparou que muitas músicas possuem uma sonoridade distinta e bastante específica? Ao mesmo tempo, notou que alguns instrumentistas usam digitações peculiares para os acordes? Pois é! Hoje, você vai entender o porquê disso. Portanto, viaje conosco pelo mundo das afinações alternativas para violão e guitarra!

Além disso, indicaremos músicas conhecidas que utilizam afinações diferentes. Assim, você vai descobrir como o simples girar de algumas tarraxas pode abrir um novo mundo de possibilidades na guitarra e no violão!

Então, pegue seu instrumento, ligue o afinador e venha explorar sons incríveis com a gente!

A história da afinação padrão

Primeiramente, é importante dominar a afinação padrão antes de se aventurar em outras possibilidades. Nesse sentido, quando falamos de guitarra ou violão, a afinação mais comum das cordas é E – A – D – G – B – E (da corda mais grossa para a mais fina). 

Esse padrão surgiu no século XVIII, quando os primeiros instrumentos de 6 cordas foram inventados. No entanto, de acordo com estudiosos, a afinação Standard nasceu há mais de 500 anos, com a chitarra italiana, instrumento de 5 cordas que usava a afinação A – D – G – B – E. 

Assim, quando a sexta corda (mizona) foi incorporada ao instrumento, os entendidos da época optaram por afiná-la em E. Assim, chegaram à mais tradicional afinação dos dias de hoje: E – A – D – G – B – E.

Quais os tipos de afinação existentes?

Nesse contexto, a música não parou de evoluir, muito por conta da inquietude criativa dos artistas. Ou seja, eles passaram a experimentar afinações alternativas para gerar resultados sonoros diferenciados.

Antes de tudo, compreenda os dois conceitos a seguir: 

Drop

O termo “drop” vem do inglês e significa “derrubar”. Esse tipo ocorre quando você muda a afinação de apenas uma corda do instrumento, geralmente o bordão. Por exemplo, é muito comum afinar a mizona 1 tom abaixo, gerando um timbre mais grave e “malvado”, digamos assim.

Open

Por outro lado, há o tipo de afinação chamado “open”. Afinal, o que é afinação aberta? Consiste em formar um acorde ao tocar todas as cordas soltas. Dessa forma, o violão e a guitarra emitem uma sonoridade exótica, facilitando também a aplicação de algumas técnicas, como o uso da ferramenta slide. 

Bem tranquilo, concorda? Entendendo esses dois conceitos principais, você vai assimilar com muito mais facilidade as afinações alternativas de violão e guitarra. 

Por que experimentar outras afinações?

A princípio, você pode estar confortável com a afinação padrão, sem ver necessidade de testar outros tipos de abordagem. Porém, talvez você não tenha parado para pensar em como o seu desenvolvimento musical pode ser turbinado ao experimentar novas sonoridades. 

Em seguida, confira alguns benefícios das afinações alternativas:

  • Tocar músicas de maneira idêntica à gravação original;
  • Treinar a percepção auditiva;
  • Estimular a criatividade;
  • Exercitar outros tipos de digitação;
  • Aprimorar a compreensão de intervalos;
  • Identificar facilmente as notas ao longo do braço;
  • Descobrir novos caminhos harmônicos e melódicos.

As principais afinações alternativas para violão e guitarra

Definitivamente, explorar afinações alternativas traz inúmeras vantagens a qualquer músico, não é mesmo? Então, uma vez que você entendeu isso, bora ao que interessa:

Afinação Eb (Eb – Ab – Db – Gb – Bb – Eb)

Você já deve ter percebido que a galera do rock gosta de afinar a guitarra um semitom abaixo, certo? Esse procedimento provoca menos tensão nas cordas e facilita a execução de algumas técnicas, como bends e ligados. Além disso, permite usar um calibre de cordas mais pesado, deixando o som ligeiramente mais grave também.

Essa é uma afinação muito utilizada por várias bandas icônicas. Nesse sentido, confira alguns exemplos de músicas com afinação em Eb: Come As You Are, do Nirvana; Sweet Child O’ Mine, do Guns N’ Roses; e Far Away, do Nickelback.

Caso você opte por afinar o seu instrumento em Eb, um macete é usar um capotraste na 1ª casa sempre que quiser tocar na afinação padrão. 

Afinação Drop D (D – A – D –  G – B – E)

A afinação Drop D talvez seja a forma mais simples de expandir o alcance do instrumento nos graves, adicionando uma nota super versátil. Ao mesmo tempo, você não perde tanto a tensão da corda mizona, além de não complicar a formatação dos acordes mais conhecidos. 

Então, se você não sabe como é a afinação em Drop D, basta afinar o mizão um tom abaixo. Simples, né? Músicos de rock, metal e hardcore curtem muito essa configuração, porque é possível fazer power chords nas duas cordas mais grossas com apenas um dedo. Por fim, esse conceito também é bastante usado no folk e no violão fingerstyle.

Anote aí algumas músicas em Drop D para você tirar: Everlong, do Foo Fighters; Harvest Moon, de Neil Young; e Feelin Bad Blues, de Ry Cooder.

Afinação Open G (D – G – D – G – B – D)

Quando tocado com as cordas soltas, o instrumento produz o acorde de G. Por outro lado, para usar a afinação em Gm, você só precisa descer meio-tom na segunda corda. Ou seja, de B para Bb, obtendo uma terça menor. 

Dessa forma, é possível fazer acordes completos apenas com pestanas. As afinações abertas também facilitam muito a utilização de slide, acessório bastante usado no blues, no rock e no country, entre outros gêneros musicais. 

Em seguida, confira exemplos de músicas com a afinação Open G: Traveling Riverside Blues, do Led Zeppelin, e Start Me Up, dos Rolling Stones.

Afinação Drop C (C – G – C – F – A – D)

Muito utilizada no metal, essa afinação valoriza bastante os graves e garante riffs bem pesados. Em tese, é como a afinação Drop D, mas com todas as cordas baixadas um tom. Outra forma de pensar: primeiramente, desça a afinação de todo o instrumento em um tom. Depois, baixe o mizão mais um tom. Pronto!

Importante: para usar o Drop C, os músicos costumam optar por calibres bem pesados, regulando o instrumento de forma apropriada para essa afinação alternativa. Você até pode testar a abordagem em seu instrumento convencional, mas provavelmente as cordas ficarão muito soltas e irão trastejar

Músicas com esta afinação: Chop Suey!, do System Of A Down, e Frantic, do Metallica.

Afinação Nick Drake (C – G – C – F – C – E)

Mais voltada para folk, country e blues, essa afinação foi popularizada pelo lendário músico britânico Nick Drake. Cai muito bem para quem toca violão e quer se aproximar ao máximo da sonoridade do artista, que é bem especial. 

No entanto, repare que a corda B deve subir meio-tom. Então, se você quiser utilizar essa afinação, tenha em mente que a corda pode arrebentar devido à maior tensão, ok? 

Algumas músicas com esta afinação: Pink Moon, do próprio Nick Drake, e Bottle of Blues, de Beck.

Afinação Tony Iommi (Db – Gb – B – E – Ab – Db)

O icônico guitarrista Tony Iommi sofreu um acidente e perdeu a ponta de dois dedos. Então, em determinado momento da carreira, o músico adotou essa afinação, pois ela alivia a pressão das cordas. Por fim, o método ainda fornece um som bem “apocalíptico”, que é uma marca registrada do Black Sabbath. 

Na prática, basta deixar a guitarra ou o violão um tom e meio abaixo da afinação padrão. Porém, as cordas tendem a ficar muito soltas. Novamente, usar calibres mais grossos é a saída.  

Músicas com esta afinação: Supernaut e Into The Void, ambas do Black Sabbath. 

Afinação DADGAD (D – A – D – G – A – D)

Por fim, temos a afinação DADGAD. De origem celta, ela é muito usada também no folk, no rock e no metal. Nesse contexto, podemos dizer que ela foi popularizada pelo músico britânico David Graham nos anos 60. 

Partindo da afinação Open D, basta subir meio tom na terceira corda, ou seja, de F# para G. Assim, a afinação aberta forma um acorde suspenso. Ou seja, não é maior nem menor, já que não possui a terça, mas a quarta. Isso gera uma sonoridade extremamente bela e marcante. 

Exemplos de músicas com afinação em DADGAD: My Sacrifice, do Creed, Incondicional, da banda Oficina G3, e Kashmir, clássico do Led Zeppelin.

Esperamos que você tenha curtido este material sobre as afinações alternativas de violão e guitarra! Agora que você conheceu várias possibilidades diferentes, não tenha medo de ousar e experimentar novas sonoridades.

Falando nisso, se você está por aqui, é porque se interessa por música e quer aprender cada vez mais, certo? Então, não deixe de fazer parte do Cifra Club Academy, a nossa plataforma online de cursos.

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Foto de Gustavo Morais

Gustavo Morais

Jornalista, com especialização em Produção e Crítica Cultural. Pesquisador independente de música, colecionador de discos de vinil e mídias físicas. Toca guitarra, violão, baixo e teclado. Trabalha no Cifra Club desde novembro de 2006.

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