Distorção de guitarra: tudo sobre o efeito
Quer “sujar” mais o som da sua guitarra? Confira dicas para usar distorção e alcançar um timbre perfeito!
A distorção de guitarra é, com toda a certeza, um dos efeitos mais emblemáticos no mundo das cordas. Muitos guitarristas usaram a distorção para criar timbres únicos, pelos quais eles serão eternamente lembrados, além de suas técnicas.
Para completar, a distorção é o único efeito de guitarra que anda de mãos dadas com a evolução de muitos estilos musicais. Por isso, resolvemos trazer um material contando tudo o que você precisa saber sobre um dos efeitos mais presentes entre os sets de pedais de guitarristas. Bora lá?
O que é a distorção na guitarra?
A distorção é um som sujo, que deixa a guitarra com um nível de saturação que pode ter várias nuances sonoras. Existem duas formas de obter a distorção de guitarra:
- Pelo uso de pedais;
- Com a guitarra plugada diretamente no amplificador.
Portanto, temos diversos tipos de pedal de distorção, desde os menos agressivos, como o overdrive, até sonoridades mais sujas, como o fuzz.
Mesmo quando a guitarra é plugada diretamente no amplificador, podemos ter diferentes timbres de distorção. Isso acontece porque existem diversos tipos de amplificadores, valvulados e transistorizados, que apresentam variações de ganho e timbragem.
Ademais, temos o amplificador com distorção, um equipamento de baixa potência, entre 15 e 30 watts. Ele traz no seu painel um botão de boost ou gain que, quando pressionado, aciona a distorção, dispensando o uso de pedal.
A distorção é uma característica fundamental em diferentes vertentes de rock, heavy metal e blues, pois adiciona energia e peso ao som da guitarra. No entanto, não é raro ouvirmos guitarras distorcidas no pop e até em solos de sertanejo e MPB.
Quem inventou a distorção de guitarra?
A distorção de guitarra não tem um único inventor. Ela evoluiu ao longo do tempo com contribuições de vários músicos, engenheiros e fabricantes de equipamentos.
No entanto, a distorção começou a se tornar proeminente na década de 1950, com o surgimento do rock ‘n’ roll. Guitarristas como Chuck Berry e Link Wray contribuíram para o desenvolvimento do efeito, que, nessa época, era obtido através do aumento do volume dos amplificadores.
O surgimento do Maestro Fuzz-Tone, em 1962, foi um marco no desenvolvimento da distorção controlada. Esse pedal permitiu que guitarristas tivessem um som distorcido mais consistente e controlável.
Dave Davies, guitarrista solo dos Kinks, queria criar um timbre único para definir a sonoridade da banda. Dessa forma, ele fez um furo com um lápis no cone do alto-falante do seu amplificador para comprimir e saturar o som da guitarra.
Com o surgimento do rock psicodélico e do blues rock, a distorção de guitarra avançou mais ainda. Nessa época, Jimi Hendrix foi crucial na popularização da distorção, explorando os limites dos amplificadores e os levando além de seus pontos de saturação normais.
Como funciona a distorção de guitarra?
O processo de distorção começa com a emissão do sinal da guitarra. Se ele não está passando por um pedal de distorção e o volume do amplificador não estiver muito alto, teremos um som limpo.
Porém, caso queira introduzir distorção, basta aumentar o controle de ganho no amplificador ou usar um pedal de distorção.
À medida que o ganho é aumentado, o sinal atinge um ponto em que os transistores ou as válvulas no circuito do amplificador começam a saturar.
A saturação ocorre quando o amplificador não consegue mais amplificar o sinal de maneira limpa. Assim sendo, as ondas sonoras começam a ser “cortadas” nos picos, criando ondas mais irregulares.
Além da saturação, a distorção envolve compressão. Ela reduz a diferença entre os níveis mais altos e mais baixos do sinal, resultando em um som mais uniforme e preenchido. A compressão também é responsável pelo sustain mais prolongado das notas.
Por fim, a saturação e a compressão introduzem harmônicos adicionais ao sinal original. Essas são frequências múltiplas da nota fundamental, que dão à distorção sua qualidade rica e complexa.
Músicas com distorção de guitarra
Agora, vamos ver dar uma passeada pelos diferentes tipos de distorção que foram usadas ao longo da história:
1. Johnny B. Goode — Chuck Berry
O maior sucesso de Chuck Berry, Johnny B. Goode é um exemplo de distorção de guitarra obtida pelo amplificador. Uma característica desse tipo de distorção é que a compressão do sinal da guitarra não afeta tanto os graves, médios e agudos naturais do instrumento.
2. You Really Got Me — The Kinks
A distorção de You Really Got Me é bem peculiar. Ela foi obtida com a guitarra plugada diretamente em um amplificador cujo cone do alto-falante foi furado com um lápis. Aqui, já podemos ouvir um timbre mais comprimido e com as frequências agudas tendo maior predominância.
3. Purple Haze — Jimi Hendrix
Clássico eterno de Jimi Hendrix, Purple Haze tem o uso do pedal de fuzz, um tipo mais sujo de distorção. Repare como esse timbre de guitarra é muito comum em bandas psicodélicas da segunda metade dos anos 60.
4. Rock and Roll — Led Zeppelin
Perceba como em Rock And Roll a distorção de guitarra já está mais agressiva. Isso se deve ao fato de Jimmy Page ter usado o pedal de distorção Tone Bender MKII nessa música. Seu timbre é como um fuzz mais agressivo.
5. Iron Man — Black Sabbath
Um dos maiores sucessos do Black Sabbath, Iron Man foi gravada com o pedal de distorção Dallas Arbiter Rangemaster. Ele não é exatamente um pedal de distorção, mas um booster, projetado para dar mais ganho no amplificador.
6. Roots Bloody Roots — Sepultura
Na gravação de Roots Bloody Roots, o guitarrista Andreas Kisser usou o pedal Boss DS-1, que traz uma distorção bem agressiva.
Agora que você já entende como funciona a distorção de guitarra, veio aquela vontade de se aperfeiçoar mais no instrumento, não é?
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Carlos de Oliveira
Redator Web com especialização em SEO e escrita para blogs e redes sociais. Estrategista de conteúdo. Músico, compositor e colecionador de LPs, CDs e DVDs. Toca guitarra, violão, baixo, teclado, piano e bateria. Escreve para o Cifra Club desde abril de 2022.