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Os melhores violeiros do Brasil: descubra os segredos dos mestres!

Dizem por aí que o diabo é o maior violeiro de todos. Que tocar viola é um dom tão poderoso que só pode ser fruto de pacto com o capiroto. Ou será intervenção divina? Seja como for, agora você vai descobrir a verdade!

Os melhores violeiros do Brasil possuem hsitórias singulares
O violeiro também carrega suas místicas (Foto/FreePik)

Fizemos uma seleção com alguns dos melhores violeiros do Brasil. Você vai descobrir, definitivamente, quais são os segredos para ter sucesso com esse instrumento. E teve até depoimento exclusivo de feras da viola caipira para o Cifra Club!

Os melhores violeiros do Brasil

Desafio você a encontrar uma pessoa que toque viola só por tocar. Tem que ter paixão envolvida. História. Por isso, a seleção de hoje é de violeiros e violeiras que conseguiram transpor esse amor pela viola caipira para o Brasil e para o mundo. E, do mesmo modo, ajudaram a conquistar o respeito que o instrumento merece. 

Antes de tudo, sabemos que a lista é vasta e vai muito além deste post. Porém, já temos um mini panorama dos mestres dos mestres. Vem com a gente!

Chico Lobo

Mineiro de São João del-Rei, o violeiro, compositor e cantador Chico Lobo é um dos mais efetivos violeiros na popularização da tradição musical do cenário brasileiro. Ele foi colaborador no processo que tornou a viola caipira Patrimônio Imaterial de Minas Gerais. 

As fitinhas coloridas na viola são uma forma antiga de proteção contra inveja e mau olhado. Por outro lado, se você encontrar um violeiro com fitinha preta, melhor correr! Dizem que é o tal pacto com o capiroto! Foto: Rui Mendes

Em depoimento exclusivo para o Cifra Club, Chico diz que “o segredo pra ser um bom violeiro é mergulhar nas tradições da viola. É aprender com os mestres ainda vivos e assim reprocessar o conhecimento e o atualizar. A partir disso, cada um, imprimir a sua digital na viola!”.

Entre os violeiros que marcaram a sua vida, Chico cita “Seu Nelson Jacó, Seu Zé Limão, Renato Andrade, Roberto Correa, Almir Sater e Pena Branca”. Com esse último, ele percorreu o Brasil por dez anos com o show Encontro de Raízes. 

Veja o Chico em ação na III Mostra Internacional de Violas: 

Ivan Vilela  

Mineiro de Itajubá, Ivan Vilela é um dos instrumentistas mais notáveis da atualidade. Professor da USP e pesquisador da Universidade de Aveiro, em Portugal, o compositor, arranjador e intérprete já gravou 18 discos. Além disso, foi indicado a vários prêmios da Música Brasileira. 

Tal qual Chico, Ivan contou especialmente para os leitores do Cifra Club o segredo do bom violeiro. “Ao segurar uma viola, não pense que tem algo nas mãos que precisa ser dominado, abrace-a como abraçaria uma criança e seja assim sempre. Brinque com ela, estabeleça uma relação lúdica de prazer e criatividade. O caminho fica mais fácil”, diz.  

Entre os violeiros que marcaram a trajetória dele estão Renato Andrade, Antonio Madureira, Almir Sater e Tavinho Moura. Agora, veja só o violeiro brilhando em concerto em Portugal: 

Tião Carreiro – ícone dos violeiros do Brasil

Muita gente pensa que o nome verdadeiro do Tião Carreiro era Sebastião, mas na verdade era José Dias Nunes. Natural de Monte Azul (Norte de Minas Gerais), ele nos deixou em 1993, porém continua nos encantando com as canções que criou.

Carreiro se destacou porque entendia e sabia lidar com o mercado musical, sobretudo com gravadoras e meios de divulgação. Se era tímido falando em frente às câmeras, por outro lado, perdia qualquer formalidade ou rigidez ao tocar a viola.  

Além de ter feito mais de 50 discos, lançou Pagode em Brasília, conhecido como o primeiro pagode gravado. Você pode, inclusive, aprender a tocá-la hoje mesmo no curso de viola do Cifra Club: 

Almir Sater 

Grande referência para uma geração inteira de violeiros, Almir Sater teve Tião Carreiro como mestre. Uma de suas proezas foi popularizar a viola caipira no Brasil por meio das novelas. Em outras palavras, fez a viola “bombar” do Oiapoque ao Chuí, como instrumentista, cantor e até ator (interpretando violeiros, claro!). 

Internacionalmente, além dos prêmios Grammy Latino, Sater foi reconhecido, em 2012, com um dos 30 maiores ícones brasileiros na guitarra e violão, pela Rolling Stone Brasil. Confira, abaixo, o super clássico Tocando em Frente

Helena Meirelles  

O mercado da viola caipira é, sim, predominantemente masculino. Apesar disso, temos mulheres que conquistaram espaço entre os melhores do país. Aliás, do mundo. É o caso de Helena Meirelles, conhecida como a “dama da viola”.  

Natural de Campo Grande (MS), a guerreira, tocadora de viola desde os nove anos, criou 11 filhos. A princípio, levou a cultura da viola por onde conseguiu – rodas, botecos e até bordéis. Porém, a estrela dela brilhou e, em 1993, foi eleita pela revista Guitar Player uma das 100 melhores instrumentistas do mundo. Com um plus: um dos votos foi do Eric Clapton. É mole? 

Helena morreu em 2005, com 81 anos. Contudo, você pode conhecê-la por meio deste documentário de Francisco de Paula: 

Tonico e Tinoco  

Nossa próxima lembrança vem em dose dupla, com os irmãos paulistas João Salvador Perez, o Tonico, e José Perez, o Tinoco. Agora, provavelmente têm feito a festa no céu, mas deixaram por aqui composições e interpretações inesquecíveis como Chico Mineiro, Tristeza do Jeca  e Moreninha Linda.  

Ah! Anteriormente já te contamos que se atribui a criação da afinação Cebolão à dupla, certo? Agora, ouça só o áudio oficial dos dois em Viola Cabocla

Renato Andrade  

Juntamente com outros heróis da viola caipira, Renato Andrade faz falta. Mineiro de Abaeté, ele morreu em 2005. Além de ter influenciado vários violeiros contemporâneos, Renato quebrou preconceitos sendo pioneiro ao unir o instrumento com a música erudita. 

Repare como ele dominava a viola com maestria: 

Bruna Viola 

 “O segredo pra ser um bom violeiro, em primeiro lugar é ter o dom. Depois, é ter muita dedicação e buscar sempre se aprimorar. Porque a viola é um instrumento infinito, todos os dias você descobre algo novo nela.” Esse é o depoimento da Bruna Viola, força jovem e feminina no cenário da viola caipira. 

Com 25 anos, já fez turnê internacional, ganhou Grammy Latino, apareceu em novela, programas de TV e é considerada uma das mais virtuosas violeiras da atualidade. 

Também com exclusividade ao Cifra, ela cita, entre as principais referências, Tião Carreiro, Inezita Barroso (lembra da Marvada Pinga?), Goiano e Ronaldo Viola.  

Impossível não se impressionar com uma performance destas: 

Lyan – força jovem entre os violeiros do Brasil

Outra potência jovem da viola caipira é o Lyan (Willyan José Travagni de Meira), que faz sucesso com o irmão Mayck (Wilson José de Meira Junior), na dupla Mayck e Lyan

Também inspirado pelo Tião Carreiro, Lyan é conhecido por dar uma roupagem inusitada a músicas que ninguém imaginava que cairiam bem na viola caipira. Um exemplo é Meu Erro, clássico do rock nacional dos anos 80: 

Aos 23 anos, Lyan também esbanja desenvoltura na técnica fingerstyle. Em outras palavras, domina a viola à unha! Veja só: 

Você, violeiro(a)!  

Todo grande violeiro ou violeira teve um começo, certo? Nós do Cifra Club sabemos disso e disponibilizamos, de graça, um curso de viola em parceria com a Rozini. Quem sabe você não entra na nossa próxima de lista dos melhores violeiros do Brasil? 

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