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Rock nacional dos 80: os 7 melhores artistas pro Dia do Rock

De um lado, os anos 80 ficaram conhecidos como a “década perdida”, como consequência de uma grave crise econômica. Por outro lado, a insatisfação foi a pimenta que faltava para uma revolução na nossa música, gerando, assim, o rock nacional dos anos 80.

Disco de estreia do Barão Vermelho é destaque no rock nacional dos anos 80
Primeiro disco do Barão Vermelho, um dos destaques do rock nacional (Imagem/Divulgação)

O povo tava sem grana, porém, respirava um pouco com o cenário político em transição. Acima de tudo, mais do que fazer e ouvir música, nascia um conjunto de pensamentos, comportamentos, jeito de falar, de vestir, de se sentir mais livre.

Embalados pelo Dia do Rock que está por vir (13/07), selecionamos as 7 melhores bandas de rock nacional dos anos 80. Quer saber quais são? “Calma, Betty”! Já vamos te contar!

A importância do rock nacional dos anos 80

Antes de mais nada, lembremos que a formação do rock nacional foi favorecida por fatos históricos. Em suma, o país passava pela redemocratização pós-ditadura militar. Enfim, havia certa liberdade de expressão. Dessa forma, o rock era o som da nova república.

Ao mesmo tempo, surgiu uma galera que fazia música mostrando que não ficou alienada e ignorante como queria o sistema. Pelo contrário, era crítica e informada. E, o mais importante: escancarava a vontade de mudança. E de curtir um pouco a vida, claro!

Uma das primeiras faíscas que acenderam o rock nacional dos anos 80 foi a banda Gang 90. Segundo críticos importantes da indústria fonográfica do país, como Nelson Motta, o sucesso de Perdidos na Selva deu o pontapé para essa nova vertente.

No entanto, o divisor de águas foi o Rock in Rio, em 85. Em outras palavras, nosso Woodstock. Na época, tocou, juntamente com artistas internacionais, a nata da música nacional. Figuraram na lista Blitz, Lulu Santos, Rita Lee, Paralamas do Sucesso, Kid Abelha, Barão Vermelho… 

Essa foi, certamente, a primeira grande experiência do show business brasileiro. Logo, a primeira de muitas!

Os 7 melhores do rock nacional dos anos 80

Antes de mais nada, avisamos que não vamos conseguir mencionar todos os que marcaram o rock nacional dos anos 80. Uma vez que a lista é vasta, neste post incluímos alguns dos mais populares e representativos do novo movimento, que também ficou conhecido como BRock. Vamos lá:

Blitz

Bom-humor, malandragem, azaração, sol e mar… A Blitz conquistou o Brasil no início dos anos 80, transmitindo um estilo de vida que quase todo mundo queria ter naquela época.

Por trás dos caras “boa pinta” e das meninas ensaiadinhas, estavam músicos de primeira, letras audaciosas e performances teatrais.

No começo, pensavam em fazer sucesso só com o pessoal da praia, no Arpoador (RJ). Porém, mal sabiam que estavam “a dois passos“… de influenciar uma geração!

Ainda atualíssima, certamente, a banda tem hits como Você Não Soube Me Amar, Mais Uma de Amor e Betty Frígida, por exemplo. Falando nisso, foram eles que inventaram, nessa última, a expressão “calma, Betty”! 

Barão Vermelho

Com letras irretocáveis, vocais marcantes e uma guitarra venenosa, o Barão Vermelho marcou o rock nacional dos anos 80. Lançado em 82, o primeiro disco (homônimo à banda carioca) não estourou imediatamente nas rádios. Alguns fatores precisaram acontecer para o devido reconhecimento.

Em primeiro lugar, Ney Matogrosso gravou Pro Dia Nascer Feliz. Em segundo, Caetano Veloso cantou Todo Amor que Houver Nessa Vida em um de seus shows. Depois desses dois empurrões, o Barão deslanchou em todas as paradas.

Em 1985, Cazuza deixou a banda rumo à carreira solo, e a banda seguiu com o inconfundível Frejat no vocal. Em 1990, fãs do Brasil inteiro se chocaram com a morte precoce de Cazuza, em 1990, em consequência de complicações causadas pela AIDS. Outra morte sentida pelos fãs foi a do percussionista Peninha, em 2016. Atualmente, quem assume o vocal é Rodrigo Suricato. 

Legião Urbana

Infelizmente, a ascensão da AIDS no mundo também atingiu a carreira de outro grupo importante para o rock nacional dos anos 80. Isso porque perdemos Renato Russo, líder do Legião Urbana, no auge da carreira, em 1996.

Porém, voltando no tempo… Em 85, quando foi lançado o primeiro disco, a Legião foi eleita a melhor banda e Renato, o melhor cantor do ano, pela revista Bizz. Os sucessos instantâneos da banda de Brasília foram, por exemplo, Será, Ainda é Cedo e Geração Coca-Cola. Dali em diante, a banda lançou um imensurável caminhão de hits.

A título de curiosidade, algumas cifras da Legião estão entre as primeiras publicadas na história do Cifra Club.

Os Paralamas do Sucesso

Temos aqui outra banda que abalou as estruturas da música nacional dos anos 80 e, consequentemente, ajudou a redefinir as fronteiras do rock. Para explicar, os Paralamas se formaram no Rio de Janeiro, mas tinham fortes ligações com Brasília e ainda adicionaram influências internacionais.

Como resultado, ganhamos uma banda que fundiu rock, reggae e sons afro-caribenhos. Nesse meio tempo, contribuiu pra exportar o rock nacional.

Para começar, fizeram turnês pela América Latina e pelos Estados Unidos. Depois, conquistaram outras partes do mundo. Participaram, por exemplo, do Festival de Montreux e ganharam Grammys Latinos. 

Titãs – grito tropicalista no rock nacional dos anos 80

Em princípio, a diversidade dos nove integrantes da formação inicial foi o que fez os Titãs se lançarem como uma banda tão original. Cada um com seu estilo, misturaram rock com reggae, punk rock, eletrônica, poesia…

Como resultado, tivemos obras-primas do rock nacional como os álbuns Cabeça Dinossauro e Jesus Não Tem Dentes no País dos Banguelas. Os paulistanos usavam e abusavam da provocação, da crítica social e até uma certa fúria nas composições. Aliás, Bichos Escrotos e Homem Primata têm letras pertinentes até hoje.

Atualmente, a banda conta com três integrantes do original (Branco Mello, Sérgio Britto e Tony Bellotto), se reinventando com a turnê Titãs – Trio Acústico. 

Engenheiros do Hawaii

Nosso representante gaúcho é o Engenheiros do Hawaii, uma banda que, certamente, os fãs sonham com um retorno desde a pausa, em 2008.

Formado em 1984, o dream team de Porto Alegre tinha Humberto Gessinger, Marcelo Pitz e Carlos Maltz. Um integrante da formação original, porém, saiu e criou outra preciosidade da “escola gaúcha de rock”. É o Carlos Stein, do Nenhum de Nós, formado em 1986.

Em mais de 20 anos, o “enghaw” fez 17 álbuns. Dessa forma, é tarefa injusta selecionar um ou outro como mais relevante. Contudo, podemos mencionar A Revolta dos Dândis, O Papa é Pop e Filmes de Guerra, Canções de Amor.

Pra quem quer começar a mergulhar na atmosfera dessa banda, a sugestão é o DVD Acústico MTV. É uma versão mais light e “bem feitinha” em relação às origens, é verdade. Todavia, sintetiza bem o espírito da banda em vários sentidos.

Dá uma olhada no vídeo abaixo e depois passa no canal do Cifra pra ver nossas videoaulas com Engenheiros:

RPM – a “beatlemania” no rock nacional dos anos 80

O RPM passou feito um furacão pelos anos 80, então, não poderia ficar fora deste post. Juntamente com seu Olhar 43, Paulo Ricardo foi o primeiro rock star misturado com sex symbol do Brasil.

Mas, acima de tudo, o Revoluções Por Minuto tinha atitude. Estourou com Louras Geladas exibindo o teclado certeiro de Luiz Schiavon e o baixo mais que preciso do próprio Paulo. Então, vieram Rádio Pirata, Alvorada Voraz e por aí vai. Consequentemente, quebraram todos os recordes de vendas do país.

Porém, o RPM acabou no auge do sucesso, pouco mais de dois anos após começar. Ao longo das últimas décadas, se reuniram algumas vezes, muitas marcadas por questões judiciais. Atualmente, a banda segue sem o Paulo. A nova formação tem o Schiavon, Kiko Zara, Dioy Pallone e Fernando Deluqui

Veja uma das pérolas da formação original:

Sepultura – injeção de “metal” no rock nacional dos anos 80

Enfim, o representante do Heavy Metal e de Minas Gerais na parada! O Sepultura ajudou a difundir uma das vertentes do Heavy, o Thrash Metal, tornando-se um dos líderes do gênero no mundo. Além disso, é a banda brasuca mais bem-sucedida no exterior.

Formada em 1984 pelos irmãos Max e Igor Cavalera, o grupo já vendeu mais de 20 milhões de discos pelo mundo. Além disso, influenciou bandas como System of a Down, Korn, Pantera e Slipknot.

No entanto, a saída dos irmãos provocou um racha e muitas brigas vieram. Atualmente, a banda segue com Andreas Kisser, Paulo Jr., Derrick Green e Eloy Casagrande.

Veja como fica a brilhante fusão do Metal com sons tribais:

E aí, gostou da nossa seleção? Então, compartilhe o post e mostre toda a potência do rock nacional dos anos 80 pra galera!

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