Cifra Club

Saiba mais sobre os indicados a Melhor Trilha Sonora no Oscar 2018

Neste domingo (4) rola mais uma edição do Oscar. E vale a pena esperar por esta de 2018, com uma seleção de concorrentes esteticamente interessantes e obras mais sensíveis a um apelo artístico que ao tino comercial. Aí incluem-se filmes e suas ramificações, como as trilhas sonoras.

E, como o assunto aqui é música, te deixamos por dentro do contexto de cada trilha indicada. Tem desde uma parceria sempre interessante (como a de Jonny Greewood, guitarrista do Radiohead, com o diretor Paul Thomas Anderson) até técnicas avançadas de teoria musical com o que há de mais tecnológico.

Alexandre Desplat – A Forma da Água

Já começamos com um possível favorito a várias indicações neste ano. E tudo indica que a trilha sonora está incluída neste pacote de possíveis troféus. O roteiro do filme favorece a existência de uma trilha sonora mais experimental e até temática, que realmente guie o espectador na sensação que o filme quer provocar: a submersão. Para isso, o diretor (ninguém menos que Guilherme Del Toro) chamou o premiado compositor Alexandre Desplat para criar a trilha sonora. Para o músico francês, a trilha sonora deveria permitir ao espectador experenciar justamente essa sensação de um mergulho profundo. “Como você coloca a plateia em um estado de submersão? Coloco algumas cordas, mas elas não têm um grande destaque (…)  Os elementos que soam como se você estivesse mergulhado são flautas e sopros. Quando você ouve música debaixo d’agua, longe, é quase como se ela tivesse embaçada, opaca. Eu queria achar esta sensação e ressata-la”, explicou ao Awards Daily.

John Williams –  Star Wars – Os Últimos Jedi

Mas, para ser um favorito em unanimidade, A Forma da Água não poderia ter concorrentes fortes – e foi justamente o contrário que aconteceu este ano. Entre os indicados, temos um clássico vencedor: Star Wars (de Rian Johnson) e John Williams, ninguém menos que a pessoa viva com o maior número de indicações no Oscar. Ele assinou trilhas inesquecíveis como E.T: O Extraterrestre e Tubarão. Porém, com Os Últimos Jedi, acontece o contrário destes exemplos clássicos: infelizmente, a sequência musical não se renova. O mesmo tom de marcha orquestrada compõe o trabalho, que, mesmo contando com músicas grandiosas e bem marcadas, não traz o “elemento novo” que o Oscar está tentando buscar.

Hans Zimmer – Dunkirk

Se o assunto é novidade em relação aos processos de criação da trilha, ela é contemplada com filmes como Dunkirk. Apesar de contar com Harry Styles no elenco, a trilha passa longe deste fato e traz elementos rítmicos mais experimentais, densos e por vezes, incômodos: ao ouvir a trilha, a sensação é tensão o tempo todo, muito por causa de uma técnica musical aplicada em toda a criação do projeto: a escala Shepard. Os tons estão em mutação constante na escala, ora para cima ou para baixo, mas nunca parecem alcançar um ápice ou um ponto mais baixo, o que quebra a expectativa do ouvinte e cria a sensação de ansiedade. A técnica já é quase um clássico nos filmes de Christopher Nolan (A Origem) com a trilha de Hans Zimmer (O Rei Leão)– dobradinha que se repete aqui.

Carter Burwell – Três Anúncios Para um Crime

Outra potencial favorita de muitos músicos deve ser a melódica trilha de Três Anúncios Para um Crime. O clima de faroeste do longa transpira por toda a trilha sonora, cheia de instrumentos de corda e pianos. A sensação é a de realmente ser transportado para o clima bucólico do centro-oeste dos Estados Unidos. Uma das grandes apostas para vencer este ano, por se inspirar na tradicional “música americana” – uma mistura de folk com country e outros ritmos que dão destaques aos instrumentos de cordas.

Jonny Greenwood- Trama Fantasma

Outra trilha com mais apelo criativo e potencial favorita para muitos músicos é a de Trama Fantasma. Quem assina a obra do diretor  Paul Thomas Anderson é o guitarrista do Radiohead, Jonny Greenwood. Além de compor a banda, Greenwood é um estudioso e compositor de destaque em trilha sonora, já tendo assinado duas trilhas de Anderson (Sangue Negro e O Mestre). O desafio de Greenwood foi criar uma sequência que respirasse à Londres dos anos 50, cenário de uma dramática história de amor. Para isso, abusou de pianos e violinos para gerar uma sequência grandiosa. A trilha, etérea e marcante, emociona, mesmo fora do contexto de sua história.

Vale lembrar que a parceria de Anderson com membros do Radiohead não é nova – os lançamentos mais marcantes para os fãs da banda são os clipes de Daydreaming e Past Tense:

E aí, você já tem suas apostas?

Leia também

Ver mais posts

Cifra Club Pro

Aproveite o Cifra Club com benefícios exclusivos e sem anúncios
Cifra Club Pro
Aproveite o Cifra Club com benefícios exclusivos e sem anúncios
OK