Os relógios já nõ marcam nada E as horas emudecem num vagão Com gatas loucas e fantasmas QUe derramam toda a gana pelo chão E mais alguém não secaria tanta confusão E mais ninguém adiantaria Porque o trem não improvisa, amor Um sorriso na estrada Talvez já trouxesse escrito Um livro inteiro, mas que nada Sem as lentes eu não leio lá muito bem E mais que um beijo não faria um delay bonito Quiçá um beijo à luz do dia Mas o trem não improvisa, amor Um par de pés sempre me levou pr'onde for Agora bem serviria um artefato voador Um reumatismo temporal Que não me deixa mais olhar pra trás Sem me virar inteiro Mas nem me oscilam ondas no retrovisor Por mais um metro nesses trilhos rumo ao impossível De que adianta a entropia Se o trem não improva, amor? Esse trem não improvisa