Eu quero ouvir o canto afinado do bem-te-vi E viver de novo as aventuras que eu vivi Quero ver de fato bicho do mato na capoeira O pica-pau La na porteira e a seriema no cupim Bate a saudade que vez e outra me aperta o peito A gente sofre mais não tem jeito, A gente chora mais e feliz E de madrugada o rei do terreiro Solta a voz bem alto La de cima do poleiro Quando amanhece, e só alegria Como eu sinto falta do lugar onde eu vivia Eu me lembro bem quando eu sonhava ainda menino Deixar minha terra cantar pro mundo era meu destino Nessa correria o que alivia é a minha lembrança Me faz de novo sentir criança, de calça curta e pé no chão Hoje onde passo canto bem alto a minha história Sou caipira mão na viola faço as vontades do coração