Num recanto do sertão Um desordeiro vivia Por nome de Mosca Branca O povo lhe conhecia, Levava em seu coração Só maldade e covardia Atacava a residência, Quando o marido saía. Se a mulher fosse feia Ele amarrava e batia Se fosse mulher bonita Se ver ninguém acredita, O que o bandido fazia Na casa de um caboclo Certo dia chegou, Vendo a mulher sozinha Mosca Branca aproveitou A linda flor do caboclo Sem piedade desfolhou Aquele rostinho lindo Banhado em pranto ficou Desejando a própria morte O marido á encontrar Com o seu coração ferido O que tinha acontecido Ao marido ela contou. Caboclo ficou mais bravo Do que onça encurralada E sentiu que a sua vida Já não valia mais nada, Jurando honrar seu nome Despediu da sua amada Procurando o marginal Saiu por trio e picada. Andou três dias no rastro Sem fazer uma parada, E do barranco de um rio Numa canoa ele viu Sua caça procurada. Sentindo o frio da morte Mosca Branca reagiu O céu cobriu de fumaça Foi só bala que zuniu Canoa foi afundando Entre as piranhas sumiu Só uma nuvem vermelha Do fundo d'água surgiu Do coração do caboclo Pra sempre a mágoa saiu Voltou para o seu amor E quem causou tanta dor Ficou no fundo do rio.