Quem me dera, quem me dera Ser o resto de uma fera Pra poder te devorar Fazer as curvas no destino Criar um céu pro sol a pino E em meus braços te alcançar Fortaleza de um menino Quem me dera, quem me dera Ser o elo de uma era Pra poder te conquistar Viver a guerra e o armistício Sendo sóbrio no teu vício Me prender me abandonar Nessa luz do teu ofício Como raposa em sua astúcia Enfrento a Prússia de um escuro mar Cavo com as mãos a minha mina Na luz de lamparina de um luar Há sempre uma erva daninha Pra quem deixou de sonhar Asas que se podam não podem voar Quem me dera, quem me dera Ser a voz que prolifera Das fronteiras do desejo Ando louco por teu beijo Ando louco por provar Fruta viva, fruta ardente Tentação de anjo cadente Quem me dera, quem me dera Ser o aço de uma esfera Um iceberg derretido nos pólos de coração Bordar os passos na calçada, Com os Vênus dessa estrada Brilho de constelação Como raposa em sua astúcia Enfrento a Prússia de um escuro mar Cavo com as mãos a minha mina Na luz de lamparina de um luar Há sempre uma erva daninha Pra quem deixou de sonhar Asas que se podam não podem voar