Não vou bordar com perfeição as tuas linhas
Nem vou querer-te deusa pra me conservar
Eu desabrocho aquela flora que me aninha
Pra que possas, todavia, entender o meu lugar
Me obriguei a te fazer no meu terreno
Mas fugidias são as coisas que criei
Não quero mais a liberdade do sereno
Quero ver estrelas através de uma janela além
Já respirei as tuas nítidas palavras
Dizendo amores com a fragrância das loções
Vou jogar fora tudo o que tiver no bolso
Pra só caberem as noites que tu pressupões
Eu, por enquanto, te contemplo enquanto nino
O sono que em bancos de gares temos nós
Mas, por favor, me dá perdão, pois desafino
Quando o apito do trem se embaralha com a minha voz
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