Campeio a volta, de chapéu tapeado Nesse bragado que domei paciente Pois um cavalo quando é de respeito Carrega um pouco da alma da gente. Quem tira sustento pra mulher e filhos Do serviço bruto, chuva, sol e poeira Dá valor a um pingo bueno e de coragem Pra topar parada de qualquer maneira. Nestes dias lindos de manhã serena saio escutando o talariar da espora Carrego no sangue a tradição torena De apartar o gado sempre "campo a fora". Por isso me agrada de parar rodeio Pra empurrar zebu com o bico da bota Quem é da lida não perde cuerada Pra boiada alçada de fundão de grota. Esta cachorrada que me faz escolta É minha confiança quando pego o grito Meus ovelheiros seguram a volta E eu entro no meio e tiro boi solito. Então levo o corpo neste bragado Doce de boca e flor de campeiro Se o boi é manso eu faço o costado Saio pechando se for caborteiro.