A canção que eu não farei me invade o pensamento, faz calar o infinito e ecoar no tempo. Quem nos ouvirá nas mágoas? Quem nos salvará das águas? Quem terá a chave que abre todo sentimento? Teus vestígios no país são marcas na minh'alma, a poeira que há na ruas cobre a minha cama. De quem repetir os passos? De quem me aconchegar nos braços? Pois a mesma mão que fere, afaga num abraço. Não acreditar nas cores postas na retina, contorcer-se ao enfrentar a multidão sem sina. Como ouvir a voz tão calma, Destroçando o peito e alma? Como impedir que a luz derreta essa cortina? Quem vela os passos e os sonhos dos seus? Quem chora as dores que encarceram a alma dos ateus? Descansa a vida nos braços de quem faz a luz brilhar, restaura a ruína das almas, enxuga dos olhos o amargo fel, quem nos guarda na jornada, quem conhece o fim da estrada, quem antes de nós as nossas dores já sofreu.