A esperança é insistente Mesmo triste ela reside Mora lá na minha casa Vive aqui nessa cidade Quando alegre cria asa Quando chora, ela pousa A esperança é permanente Mesmo vazia, habita Vive nos sonhos, nas vilas Mora num laço de fita Quando bonita, viaja Quando não vê, ela fica Antes de tudo, antes do barro Na escuridão, antes da cura Na flor futura, depois do sol No coração, onde ela mora? É sempre sobrevivente Mesmo ausente me visita Mora lá no fim do mundo Vive entre os vagabundos Quando dia ela repousa Quando tarde ela vigia Tá no caminho, na ilusão No pavilhão e na secura Tá na mais pura das verdades Tá na loucura, onde ela mora? Não cabe dentro da minha casa É bem maior que a cidade Maior que o amor Maior que a estrada Depois do pó só vai restar A esperança e sua cor esverdeada