No centro daquela tarde vazia, Dia e noite, noite e dia Num eterno esmorejar, Ave-Maria, mãe de Deus, No embalo do açoite, Noite e dia, dia e noite Ele grita até calar. Meu Deus, eu não sei nem que hora tinha, Já passava meia-noite Quando o negro parou de gritar O nome do seu Deus, Um Deus que nem nome tinha, Ma sno seu estado, Nem seu deus lhe podia ajudar. Sofria, mas calava que sofria, Da senzalase ouvia os tambores a bailar Danças negras pro seu Deus Um Deus que nem nome tinha Pra ter pena de um negro Com as costas a sangrar.