Queres beber a minha alma
Até o teu coração ficar cheio
O que acontece quando esta cheio e salpica?
Contruiste todos aqueles telhados
E pintaste-os de azul
Se todo este cenário incendiar, também pintarás as cinzas?

Queres mesmo ver?
Porque eu deixo-te entrar
comigo

Arrepiaste quando o vento sopra
Por portas que perderam a sua chave
Há muito pouco para resgatar, muito pouco para prender
Pensei que talvez pudessemos tentar
Limpar e reconstruir esta casa assombrada
Ficarei feliz por ajudar, diz me apenas o que fazer

Porquê é que não me dizes o que fazer?
Talvez também estejas com medo
Já estive aqui antes
A próxima coisa que verás
Sentir-te-ás
Tão pequeno

Eu vou desapontar-te
E não me importa se o fizer
Eu pertenço aqueles que foram estilhaçados, esmagados
Marcas e cicatrizes que escondi e que tu nunca pudeste sarar
Esta casa cinzenta de onde eu venho
Um grande amor a irá destruir
Se tu já não me amas, porquê é que devias contar?

Diz-me porque é que haveria de contar?
Não te posso pedir para ficar
Não consigo encontrar as palavras para dizer
Porque é não vais embora simplesmente?

Vai embora...