O milho quando emboneca É muy lindo de se ver Nylon chega a parecer O brilho da cabelama Mas ante a brasa e a chama Se achica ao sentir-se arder Comigo era a mesma coisa Naqueles tempos passados Jovem, possante, confiado Mas findou-se o que era doce Não sei quem arregalou-se Que, eu, vim de penas tapado São coisas da juventude La pucha! Onde andará? Eu que já estou batará De tanto lustrar o pelo Recordo aquele atropelo Mas não tenho os olhos lá Voltei pra o meu Tucumán Pra outra vez padecer E, nisso de andar e ver Se passaram muitos anos Entre penas, desenganos Esperanças e prazer Mas não foi tempo perdido Nisso, hoje, tenho fé Porque soube bem como é A vida de cada peão De todos me senti irmão No direito e no revés Sempre recordo esse tempo Que gauderiando passei Os cerros que atravessei Buscando o que nunca achava Nesses campos que cruzava Até de a pé já fiquei A vida foi me ensinando O que vale uma guitarra Por ela, andei pelas farras E armei algum estrupício E quase me agarra o vício Com suas invisíveis garras Por sorte, levo comigo Aquilo que a terra deu Pátria, raça ou sei lá eu Mas que ia me salvando E, assim, segui caminhando Pelos caminhos de Deus A coisa estava em pensar Que ao pulsar um instrumento Há de ser com o sentimento Que a força campeira aflora Mas ninguém bota pra fora Aquilo que não tem dentro