Meu riso é um sonho Um canto sóbrio, medonho Meu abraço, um feixe de aço Sedento, faminto De sangue e carne... Devassidão A matéria decomposta Um encantamento sem resposta Um beijo frio de tua boca morta Deita sobre mim e recebe meu filho Célula, filamento, infestação Fogo, enxofre, dança, decantação O sangue é meu reino Não há salvação Meu leito dança em sombras Não há alma neste pulso de solidão Cerre os olhos e sinta: Ainda bate o coração Ainda vibra e queima teu corpo Toma o fardo vazio de tua libertação Levanta, anda! Teu tempo é incerto! O mundo, tua oração!