Quando eu me pego A relembrar minha terra Lá vou eu subindo a serra Como é bom voltar pra lá! De manhã cedo Antes do raiar do dia Escutar a sinfonia Da floresta ao despertar Como é bonito Amanhecer naquelas matas E a beira da cascata Ver subir a cerração Raios de sol Rasgando espaços na neblina Ouro que vem Lá de cima, se espalha no meu sertão (refrão) Lá no sertão Onde eu me criei Cada caboclo Pode ser o rei A passarada Faz alegre o seu gorgeio E um doce devaneio Chego até me transforma Um pouco dono Desse mundo cor de rosa Que me ponhe em verso e prosa Com coragem pra falar A fauna e flora Licidão em harmonia Onde a vida principia Em cada ninho em cada flor Dada a semente Que no chão, grota se senti Que alí se faz presente Sempre a mão do criador Lá no sertão... Quando eu me lembro Entre seus computadores Arquitetos, sonhadores Pelas simples profissão Vão construindo Entre multicionais Projetos, seus reinados de concreto Em cima da devastação Que os nossos índios Já não donos da terra Seringais, campos de guerra Endereços comerciais Eu me pergunto Onde o homem do futuro Vai buscar esse ar tão puro Das reservas florestais Lá no sertão...