O silêncio fala pelos cotovelos É grosseiro, desprovido de ciência Suas histórias não têm pé nem cerebelo O silêncio sofre de carência O silêncio é fantasma à paisana Desatento derrubou os meus cristais Tropeçando, quebrou minhas porcelanas O silêncio mais parece vendavais O silêncio me deixou nu no espelho Não se importa, bate a porta, tenha dó Quando cala, nesse mato tem coelho O silêncio nunca deu ponto sem nó Produz ruídos vilões de paixões abaladas Baladas em decibéis Incompatíveis com as normas do condomínio Bem logo depois das dez Arrasta os pés e transborda Vasos sanguíneos