Um cavaquinho, cabecinha pequenina, no formato d'um oitinho, De boquinha redondinha, de pescoço compridinho, orelhinha cravelhinha De madeira o terninho, gravatinha de cordinha, falou: Sou miudinho, tenho quatro "cordazinha", mas dou vida ao chorinho, Sou o molho do sambinha! "Seu" pandeiro, cuidadinho! Tome tento, ó flautinha!... "Seu" piano, diga ao pinho: Cavaquinho já chegou! Ó cavaquinho malcriado, deu o brado, indignado, o piano: Seu mesclado, sem teclado, vilão! Ó cavaquinho, te arrebento, seu rebento de instrumento, ruge o pinho. Seu safado, mascarado, não! A dona flauta, com a prata mais vermelha que centelha, Num trinado, engasgado, disse apenas: bufão! "Seu" pandeiro, vibra o guizo ao cavaco Facão, eu te bato, eu te piso, seu tustão! O cavaquinho envergonhado deu no pé, pé, pé, aprendeu a lição, ão, ão. Que não se brinca em seresta, nem se ofende ninguém!... Que não se zomba do mais velho, também! Mas cavaquinho arrependido voltou lá, lá, lá, E pediu pra ficar, ar, ar, e, humilde, aprendeu, eu, eu, A respeitar os do lugar! Ah!