Me acorda com um grito Deus que bicho esquisito Não tem fome não tem vida Só o esgoto lhe fascina Era um mero ponto escuro Se movendo no sofá Menina largue disso Não é monstro não avoa Não tem perna nem foguete Nem rabo de elefante Era tão pequenininho Que de longe nem se vê Mas ela insistia diz Acuda seu firmino Que ele vai é me morde Com seus dente invisível Provocando hemorragia E eu vou sangrar até morrer Arrumei um bom porrete Feito de jornal de ontem Pra maceta o dito cujo Espreme suas entranhas E reza pra que ele tenha Um descanso glorial Ah! Ela tem medo de barata Sai correndo esperneia Chama a tv e o jornal Ah! Sobe em cima da cadeira Diz que de lá nunca mais desce Nem por bem e nem por mal Calculo três ou quatro metros Pra corrida da batida Que eu vou dar naquele bicho Pra ela não fica aflita E depois poder dormir E o sonho continuar Faço o sinal da cruz O bichano me encarando Era um de cada lado A mesma cara de coitado Vou contar-lhes o desfecho Dessa batalha medieval Fui mirando bem no meio Fecho os olho me arrepeio Largo a mão com toda força O suor que me toma conta Um enorme estampido La se vai ela pro chão Não é que erro a batida E quem voa é a menina Com um belo galo na testa Pra acordar no fim da festa E lembrar lá das antigas A barata é minha amiga