O dia é tão barulhento Às vezes cinzento pra se aproveitar A noite é tão calma e plena Recita poemas só pra me acalmar O Sol me traz agonia Queima minha pele, sem nem hesitar Mas a Lua acende o céu, sopra uma brisa fiel Só pra me abraçar O silêncio vai guiar E me fazer esquecer que um dia eu vivi Quando a noite chegar Calma como o tempo antes da chuva cair Quando a noite chegar Não temerei porque o mundo enfim cessou Quando a noite chegar Aproveitarei o silêncio que restou E quando ela chegar Esquecerei do que me causa dor Quando ela chegar Perceberei que nunca existiu amor Já bateu a meia-noite O barulho se foi, e eu insisto em existir Mais um dia morreu, e uma bela noite está a ressurgir Não há estrelas no céu, nem versos no papel pra me distrair Só resta a solidão, minha companhia pra não desistir E no verso da canção que componho no escuro, tento não cair Mas o silêncio da noite traz o passado pra me perseguir Ainda estou aqui, na calada da noite, esperando enfim Que o fim chegue calmo, me ofereça lírios, colhidos do jardim Triste pelo meu adeus, diga belas palavras pra quem escutar Grite que fui alguém bom, só um simples rapaz que desejou amar Mas a luz invade as frestas da janela só pra me machucar Quando a noite chegar Não temerei porque o mundo enfim cessou Quando a noite chegar Aproveitarei o silêncio que restou E quando ela chegar Esquecerei do que me causa dor Quando ela chegar Perceberei que nunca existiu amor