A madrugada, hora de trabalhar a mente fria
Carteira vazia por sonhos cruéis demais
Protagonismo bélico, contrariando o capataz
O tronco é pena para que se veja na morte a paz
Armas de um tempo antigo, das batalhas da memória
Mesmo depois de muitas luas, não obteve glória
Embora relógios quebrados não funcionem mais
Necessitamos deles para que chegue a nossa hora
O céu noturno, trás consigo a sua luz da escuridão
Fumaça nubla a mente e força a ver a verdade
Uma figura distorcida e sem coração
Pés firmes sob a água que reflete os olhos da cidade
Percorrendo os céus, semelhante um petiz
Pedante figura pérfica que sonha em ser feliz
Dilapidando sonhos, suscitando brigas
Diante da veneta, perdido em um mar de intrigas
Recôndito desejo de mudança real
Prezando por ser real em situações severas
Tornando a fantasia uma forma ideal
Uma fonte vital para que não se tornem quimeras
Voltando ao paraíso aonde os sabiás ainda cantam
E o Elísio é uma visão da realidade
No muro das lamentações, lamento opiniões
Se perdem almas boas, por conta da vaidade
Dando risadas, pois o vale da morte já foi minha casa
E eu saí de lá sem pagar o aluguel
Um vaso de flores, cujo os aromas, pintam as cores
Da parede do meu próximo arranha-céu
O mar trouxe nas suas ondas a decepção
O navegador traçou o mapa nas suas mãos
Quantas ondas nós vamos percorrer por aí
Pra poder ver nossa tão desejada ilusão
Procurei no mar algum lugar pra ser feliz
Correntezas, incertezas, mas não vou partir
Perdas e decepções, sina de quem sempre almejou mais
Crianças visionárias em busca de paz
Linhas que não são pífias, muito menos explícitas
Mergulhei fundo pra entender como se faz
E fundo até demais, a vida após a morte é o meu alvo
Palavras e acordes como meu legado
Esse mundo é tão substancial, mas em meio à substancias seguimos atrasados
Miro, e dou dois tiros pra não mais errar
Virei um caçador de tanto lutar pela minha vida
Essa Quimera um dia vou derrotar
E tentarei até o final, essa é a única saída
Madrugada voa em meio a pensamentos vagos