Solimar abriu um botequim
E cochila atrás do balcão
Sem saber
Que de forma insuspeita
Eu ando à espreita
Com toda a atenção
A esperar um motivo qualquer
Uma distração
Para lhe confessar
O amor que eu sinto por ela
E que me faz sonhar
Solimar vivia a bailar
Saltitante rainha dos salões
Meu olhar sempre a se deleitar
Com sua esguia figura
Indo de mão em mão
Era lindo poder perceber
As diversas facetas do meu bem querer
Um tango, um bolero
Um fox, um samba-canção
Solimar viu o tempo passar
Toda sua beleza fenecer
Viu o brilho do seu olhar
A idade ofuscar
Até desaparecer
Só não viu que ao alcance da mão
Sempre esteve presente
O meu coração
A bater sem escolha
Um escravo de tanta paixão
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